Carta à Terceira Igreja da Ásia - Pérgamo - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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Carta à Terceira Igreja da Ásia - Pérgamo

ESBOÇOS > Esboço II
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Apocalipse 2:17
 
INTRODUÇÃO
 
O versículo em epígrafe trata da terceira carta dirigida às sete Igrejas da Ásia. Esta foi dirigida especificamente à Igreja que estava em Pérgamo e neste versículo aparece a expressão: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Essa expressão é amplamente comentada em Apocalipse 2:7 e ocorre em todas as cartas do Apocalipse. Além de ser uma solene ordem para que se dê ouvido ao que se dizia, ordenando para que o homem aja segundo o que lhe é ordenado, assegura-nos que é o Espírito de Deus quem transmite a mensagem. Por conseguinte, não deixando nenhuma alternativa, por se tratar de um “imperativo” – e recuar do mesmo leva o indivíduo a sofrer as consequências dos seus atos. Podemos dar ouvidos ou não às ordens do homens, dependendo da autoridade que estas exerçam sobre nós, mas, as ordens vindas de Deus não estão sujeitas à obediência opcional. 

O INTEIRO TEOR DA CARTA À IGREJA EM PÉRGAMO
Apocalipse 2:12-17 

15 E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:  13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. 14 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e fornicassem. 15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio. 16 Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca. 17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

1. A quem foi enviada: “...ao anjo da igreja que está em Pérgamo”. Se essa era uma cidade reconstruída das ruínas de Tróia, ou uma nova Tróia (como Londres foi certa vez chamada), ou alguma outra cidade com o mesmo nome, não é certo nem concreto; era um lugar onde Cristo tinha chamado e constituído uma igreja do evangelho por meio da pregação do evangelho, e por meio da graça com o seu Espírito tornou a sua palavra eficaz. 

2. Quem foi que enviou essa mensagem a Pérgamo: o mesmo Jesus que aqui se autodenomina como o que “...tem a espada aguda de dois fios” (Ap 1.16), “...de cuja boca saía uma aguda espada de dois fios”. Alguns têm observado que nos diversos títulos que foram prefixados às diversas cartas há algo adequado ao estado dessas igrejas; como no caso de Efeso, o que poderia ser mais apropriado para despertar e recuperar uma igreja sonolenta e declinante do que ouvir Cristo falando como um que “...tem na destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro?” 

I - A igreja em Pérgamo estava infestada de homens de mente corrompida, que faziam o que podiam para corromper tanto a fé como os costumes da igreja; e Cristo, estando determinado a lutar contra eles pela espada da sua palavra, assume o título daquele que tem a aguda espada de dois fios. (1) A palavra de Deus é uma espada; é uma arma tanto defensiva quanto ofensiva, isto é, na mão de Deus, capaz de destruir tanto o pecado quanto o pecador. (2) E uma espada afiada. Nenhum coração é tão duro que não possa ser ferido por ela, nenhum nó está amarrado tão firmemente que ela não possa cortar; consegue separar alma e espírito, isto é, a alma daqueles hábitos pecaminosos que por costume se tornaram mais uma alma, ou parecem essenciais a ela. (3) E uma espada de dois fios; ela se volta e corta nos dois sentidos. Existe o fio da lei contra os transgressores dessa dispensação, e o fio do evangelho contra os desdenhadores dessa dispensação; há um fio que faz uma ferida e há um fio que abre uma ferida de pústula para a sua cura. Não há como escapar do fio dessa espada: se você se volta para a direita, ela tem um fio desse lado; se você se volta para a esquerda, você cai sobre o fio da espada desse lado; ela se volta para todos os lados. 

II - Do sobrescrito procedemos para o conteúdo da carta, em que o método é bastante semelhante ao observado no restante. Aqui: 

1. Cristo observa as aflições e dificuldades que essa igreja enfrenta: “Eu sei as tuas obras, e onde habitas...” (v. 13). As obras dos servos de Deus são mais bem conhecidas quando as circunstâncias em que eles as fizeram são devidamente consideradas. Agora, o que acrescentava muito brilho às boas obras dessa igreja eram as circunstâncias do lugar em que essa igreja estava plantada, um lugar onde “...está o trono de Satanás”. Assim como o nosso Senhor toma nota de todas as vantagens e oportunidades que temos para o serviço nos lugares em que vivemos, assim Ele toma nota de todas as tentações e desencorajamentos que nos vêm de encontro dos lugares em que vivemos, e faz generosas compensações por eles. Esse povo morava onde estava o trono de Satanás, onde ele tinha o seu tribunal. O seu percurso é o mundo inteiro, o seu trono está em alguns lugares conhecidos pela maldade, pelo erro e pela crueldade. Alguns pensam que o governador romano nessa cidade era o inimigo mais violento dos cristãos; e o trono da perseguição é o trono de Satanás.

2. Ele elogia a firmeza deles: “...reténs o meu nome, e não negaste a minha fé”. Essas duas expressões são muito semelhantes no seu sentido; a primeira pode, no entanto, significar o efeito, e a segunda, a causa ou o meio. (1) “Tu reténs o meu nome; tu não te envergonhas do teu relacionamento comigo, mas consideras uma honra o meu nome estar acrescentado ao teu, que, assim como a mulher carrega o nome do marido, assim tu és chamado pelo meu nome; isso reténs firmemente, como tua honra e privilégio”. (2) “O que te tornou fiel assim, é a graça da fé: tu não negaste as grandes doutrinas do evangelho, nem te desviaste da fé cristã, e por meio disso tu foste conservado fiel”. Nossa fé terá grande influência sobre a nossa fidelidade. Homens que negam a fé em Cristo podem se jactar muito de sua sinceridade, e de sua fidelidade a Deus e da consciência; mas poucas vezes se ouviu que os que abandonaram a verdadeira fé retiveram a sua fidelidade; geralmente na rocha em que os homens fizeram naufragar a sua fé fazem naufragar também a sua boa consciência. E aqui o nosso bendito Senhor enaltece a fidelidade da sua igreja em contraste com as circunstâncias dos tempos, como também do lugar em que eles viviam: eles tinham sido fiéis mesmo “...nos dias em que Antipas, minha fiel testemunha, foi morto entre vós”. Não temos certeza de quem era essa pessoa, e se havia algo misterioso no seu nome. Ele era um fiel discípulo de Cristo, ele sofreu o martírio por causa disso, e selou a sua fé e fidelidade com o sangue no lugar em que Satanás habitava; e embora os outros crentes ali soubessem disso, e o tivessem visto, ainda assim não foram desencorajados nem afastados da sua firmeza; isso é mencionado como um ponto a mais em sua honra. 

3. Ele os reprova por suas falhas pecaminosas (v. 14): “Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão [...] e tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço”. Havia alguns que ensinavam que era legítimo comer coisas sacrificadas aos ídolos, e que a fornicação simples não era pecado; eles, por meio de uma adoração impura, atraíam os homens para práticas impuras, como Balaão fez com os israelitas. Observe: (1) A imundície do espírito e a imundície da carne com frequência andam juntas. Doutrinas corrompidas e a adoração corrompida com frequência levam à conversa corrompida. (2) E bem legítimo associar o nome dos líderes de uma heresia aos que os seguem. E a forma mais rápida de identificá-los. (3) Continuar em comunhão com pessoas de princípios e práticas corrompidos é desagradável a Deus, atrai culpa e vergonha sobre toda a sociedade: eles se tornam participantes dos seus pecados. Embora a igreja, como tal, não tem poder para punir a pessoa dos homens, seja por heresia ou por imoralidade, com castigos corpóreos, ainda assim, tem poder para excluí-los da sua comunhão; e, se não o fizer, Cristo, o cabeça e legislador da igreja, vai estar descontente com isso. 

4. Ele os chama ao arrependimento: “Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti...” (v. 16). Observe aqui: (1) O arrependimento é o dever tanto dos santos quanto dos pecadores; é o dever do evangelho. (2) E o dever das igrejas e das comunidades como também de pessoas em particular; os que pecam juntos devem se arrepender juntos. (3) E o dever de sociedades cristãs arrepender-se dos pecados de outros homens, embora só os tenham cometido por conivência. (4) Quando Deus vem para castigar os membros corruptos de uma igreja, Ele censura a própria igreja por ter permitido que esses continuassem na sua comunhão, e alguns pingos da tempestade caem sobre toda a sociedade. (5) Nenhuma espada corta tão fundo, nem inflige uma ferida tão mortal quanto a espada da boca de Cristo. Que as ameaças da palavra sejam fixadas na consciência de um pecador, e ele logo será um pavor para si mesmo; que essas ameaças sejam executadas, e o pecador será totalmente eliminado. A palavra de Deus vai tomar o controle dos pecadores, mais cedo ou mais tarde, seja para sua convicção ou para sua confusão. Temos a conclusão dessa carta em que, depois da exigência geral de atenção, há a promessa de grande favor para os que vencerem. Eles vão “...comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” (v. 17).

O MANÁ ESCONDIDO E A PEDRA BRANCA

1. E o maná escondido, as influências e confortos do Espírito de Cristo em comunhão com Ele, descendo do céu para dentro da alma, de tempos em tempos, para o seu sustento, para deixar que experimentem algo do que os santos e os anjos vivem no céu. Isso está escondido do restante do mundo - o estranho não se intrometerá com essa alegria; e ele está guardado em Cristo, a arca da aliança, no Santo dos Santos.

2. A pedra branca, com um novo nome escrito nela. Essa pedra branca é a absolvição da culpa do pecado, aludindo ao costume antigo de se dar uma pedra branca aos que eram absolvidos no tribunal e uma pedra preta aos condenados. O novo nome é o nome de adoção; pessoas adotadas tomaram o nome da família em que foram adotadas. Ninguém pode compreender a evidência da adoção de um homem a não ser ele mesmo; ele não pode compreendê-la sempre, mas se ele perseverar terá a evidência tanto do ser filho quanto da herança. Fonte de pesquisa: Matthew Henry’s Commentary on the whole Bible - Volume VI - Acts to Revelation - CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Av. Brasil, 34.401 - Bangu -  CEP 21852-002 - Rio de Janeiro - RJ.
 
ESBOÇO  
 
  • A quem essa carta foi envida?
  • Teria sido Jesus o remetente?
  • Nessa carta Jesus se identificou como: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios.
  • Qual foi o discípulo que serviu de amanuense do remetente?
  • Em várias passagens do Novo Testamento esse discípulo era chamado: "O discípulo amado de Jesus!"
  •  igreja em Pérgamo estava infestada de homens de mente corrompida;
  • Eu sei as tuas obras, e onde habitas!
  • A grande dificulda dessa Igreja: estava planta onde havia o trono de Satanás
  • Qual o nome desse discípulo?
  • Qual foi sua relação com o com o 4º Evangelho e com as três Cartas de João?
  • Quem tem ouvidos ouça;
  • Mas todos não têm ouvidos?
  • Afinal de contas, ouvir o quê?
  • Ouvir de quem?
  • O que o Espírito diz às Igrejas;
  • Por quê que essa ordem aparece no imperativo?
  • Não seria opcional, ouvir, ou não?
  • A priori, às 7 da Ásia;
  • Ao que vencer;
  • Vencer corrida?
  • Vencer jogos olímpicos?
  • Vencer luta de vale tudo?
  • Briga?
  • Darei eu a comer do maná escondido;
  • Que maná é este?
  • Escondido de quem?
  • Escondido aonde?
  • Escondido por quem?
  • Escondido para quem?
  • Escondido porque?
  • E dar-lhe-ei uma pedra branca;
  • Por que Pedra Branca? 
  • E na pedra um novo nome escrito?
  • A pedra trazia o nome do julgado, seria isto?
  • Julgado onde e por quem?
  • Qual a relação entre a Grécia Antiga com essa pedra?
  • Nome que ninguém conhece senão aquele que a recebe; somente ele é quem conhecia seu nome;
  • Mas, que nome?
  • O que interessa isso?
  • Quando será?
  • E, essas coisas já estão próximas a acontecer? Ou ainda vão demorar?
 
CONCLUSÃO
 
Esse "maná escondido" sugere o alimento espiritual que todos os crentes fiéis receberão no futuro com Jesus. Quando os israelitas viajaram em direção à Terra Prometida, Deus enviou-lhes o maná do céu para que fosse o seu alimento físico (Êx 16.13-18). Jesus, que é o Pão da Vida (Jo 6.51), nos concede um alimento espiritual que sacia a nossa fome mais profunda. Nos sacia sem nos causar empachamento ou mal estar.

A PEDRA BRANCA
 
Essa é a pedra da nossa absolvição - há escritos que afirmam que nos tribunais da Grécia Antiga, quando um réu estava na frente do Juiz sendo julgado, sua expectativa estava na cor de uma pedra que o Juiz lhe entregasse na conclusão do julgamento – se a cor fosse branca, seria porque o réu estava de livre de punição – se fosse preta, significava que estava condenando.   
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Jorge Albertacci
Pastor Emérito da 
Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Retiro
Volta Redonda - Rio de Janeiro

 
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