A Vigília que agrada a Deus - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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A Vigília que agrada a Deus

A VIGÍLIA QUE AGRADA A DEUS
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Textos Bíblicos
 
1Co 11:17-19; 1Co 14:26, 37-40
 
Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior. Porque, antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na Igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio. E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós. Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém ignora isso, que ignore. Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. (1Co 11:17-19). Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. (1 Coríntios 14:26).
 
Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém ignora isso, que ignore. Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. (1 Coríntios 14:37-40).

INTRODUÇÃO
 
A inobservância às recomendações do apóstolo São Paulo descritas nos textos supracitados tem levado congregações a prejuízos irreparáveis nas reuniões de vigílias, de oração e até mesmo em reuniões de cultos públicos. Paradoxalmente, pior do que o cessacionismo, tem sido o pentecostalismo, quando este desvia dos princípios exarados nas Laudas Sagradas. A forma incisiva sobre a qual o Senhor Jesus orienta o Seu povo quanto a blasfêmia contra o Espírito Santo, conforme escreveu Mateus 12:31-32 – Marcos 3:29 – Lucas 12:10, faz-me sentir responsável à orientação sobre o que do meu Senhor aprendi, bem como pela experiência que Ele permitiu-me vivenciar durante os 63 anos (1958-2021), desde que, por Sua graça, fui alcançado. Diante da desconformidade que muitos lidam com os dons do Espírito Santo, enganados por falta do ensino tão inteligível na Palavra de Deus, sendo o Espírito Santo quem intercede por nós com gemidos inexprimíveis, quem por nós intercederá se pecarmos contra Ele? Aos Efésios Paulo, particularmente recomendou: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção.(Efésios 4:30).
 
I - AS EXIGÊNCIAS PARA SE ENCHER DO ESPÍRITO SANTO
 
As principais condições exigidas pelas Sagradas Escrituras para que o crente seja cheio do poder do Espírito é:
 
1 – Não o entristecer (Ef 4:30-31);
 
2 – Não extinguir (1 Tessalonicenses 5:19);
 
3 – Não resistir (Atos 7:51);
 
4 – Não ultrajar (Hebreus 10:29);
 
5 – Não mentir ao Espírito Santo (Atos 5:3).
 
Qualquer um desses pecados desabilita o crente como candidato à plenitude do Espírito de Cristo. A proibição contra essas transgressões sugere que o crente, por seus atos e natureza pecaminosa tem possibilidade de ofender o Santo Espírito, interferindo assim na Sua operação na vida crente. Consequentemente, a insistência e teimosia do crente em afrontar o Espírito da Graça podem levá-lo a semelhança dos cristãos hebreus ao pecado de apostasia e blasfêmia contra o Espírito (Hebreus 10:19-39; Mateus 12:22-32).
 
II - EM QUE CONSISTE O PECADO COM O ESPÍRITO SANTO
 
Os pecados contra o Espírito Santo consistem em palavras, atitudes e atos. Entre os pecados por palavras acham-se as afrontas verbais e as blasfêmias. As atitudes e atos constam da resistência ao Espírito e da recusa contínua de se cumprir a vontade de Deus. Contudo, a resistência ao Espírito é o pecado inicial que se comete contra o Consolador. Uma vez cometida esta ofensa, as demais parecerão de somenos importância, visto que o coração do ofensor, afetado terrivelmente pela iniquidade, considerará o pecado algo comum e corriqueiro. Lembremo-nos que o Espírito Santo, simbolizado nas Escrituras pela pomba, é muito sensível.

O ser humano parece que tem paixão pelo pecado! Acha graça nas piadas e palavras de conotações dúbias, mas, não glorifica a Deus. O ser humano pode chegar a tal cegueira espiritual a ponto de blasfemar contra o Espírito até mesmo involuntariamente, à base de, tanto faz, como, tanto fez. Mateus 23:16,17,19,24,26. A blasfêmia contra o Espírito de Deus é a consequência de pecado similares que a precedem, como:
 
1 – Rebelar-se e resistir ao Espírito (Is 63.10; At 7.51);
 
2 – Abafar e apagar o fogo interior do Espírito (1Ts 5.19; Gênesis 6.3; Deuteronômio 29:18-21; 1Tessalonocenses 4:4);
 
3 – Endurecimento total do coração, cauterização da consciência e cegueira total.
 
Chegando o ser humano a este ponto, torna-se réprobo quanto à fé (2Timóteo 3:8) e passa a chamar o mal de bem e o bem de mal, (Isaías 5:20). A blasfêmia contra o Espírito do Senhor é imperdoável porque sendo Ele o que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:7-11), e que intercede por nós (Romanos 8:26-27), é recusado, rejeitado e blasfemado. (1Samuel 2:25).
 
III - AS VIGÍLIAS QUE AGRADAM A DEUS
 
A vigília que agrada a Deus é aquela que é levada a efeito no interior do templo, quando este está localizado onde a movimentação dos crentes não incomoda os vizinhos, ou em outro lugar que a Igreja tenha disponível, como uma chácara, ou o sítio. Estes dois últimos ainda são os mais recomendados, desde que haja meios para locomoção dos irmãos. A vigília que agrada a Deus pode ser realizada durante o dia ou à noite; devem participar dela todos os irmãos da Igreja local e congregações do mesmo campo. O anúncio para a realização da vigília deve ser feito internamente, entre os membros da Igreja local. Com oração, cânticos de louvores a Deus, priorizando o canto congregacional, onde todos os crentes, inclusive as crianças participam dos cânticos ao Senhor e a leitura bíblica introdutória à vigília tem seu início na pessoa do dirigente, devendo esta ser de forma responsiva. A vigília não é uma assembleia geral para resolver assuntos administrativos da Igreja. A vigília não é um culto público ou uma reunião evangelística. A vigília não é um culto de doutrina e nem Escola Bíblica Dominical ou Estudo Bíblico. A vigília é um momento solene em que a Igreja do Senhor dedica tão somente à oração, à adoração a Deus e a um período de ensino profundo da Palavra de Deus por seu pastor. Se convier à Igreja, cumulativamente pode ser celebrada a Santa Ceia do Senhor.
 
IV - QUANDO SE REALIZA UMA VIGÍLIA
 
A vigília deve ser realizada para atender a uma necessidade específica: - a) para cumprir a agenda da Igreja - b) para outros motivos indicados pelo pastor da Igreja, quando ele entende que a Igreja necessita buscar a Deus, unidos, e com mais intensidade em oração. Podendo ser realizada a critério do pastor: semanal, mensal, bimestral, trimestral, ou em tempo que melhor convier à Igreja.
 
V - QUEM DEVE SER CONVIDADO
 
A vigília que agrada a Deus deve ser realizada somente com os membros da Igreja local e suas congregações, e que os participantes estejam em plena comunhão com ela. É dispensável a presença de cantores e pregadores, a não ser que estes compareçam simples e puramente para buscar a Deus em oração, sem o compromisso de pregar ou cantar. Até mesmo porque, na vigília que agrada a Deus não há necessidade nenhuma de pregação. Lugar de pregar é lá fora, onde os pecadores estão. Nela, os crentes da casa, devidamente doutrinados, têm Salmos, Hinos, Testemunhos, Línguas, Oração e Liberdade para estarem na real Presença de Deus.
 
Na vigília que agrada a Deus é dispensável o uso de microfones, bem como de quaisquer outros instrumentos sonoros, eletrônicos, assim como os de percussão. Nada que faça barulho, a não ser o provocado pela ação do Espírito Santo de Deus, ressalvando, todavia, ambiente grande, em que a voz do que comunica não alcança o auditório. Neste ponto, usa-se microfone, com som ambiente, suportável às criancinhas recém-nascidas e aos idosos. Não existe vigília de varões, de mulheres, de jovens, de adolescentes, mas da Igreja do Senhor. Durante a vigília ninguém é obrigado a permanecer de joelhos, quando seu desejo é estar em pé ou sentado, desde que, esteja em oração.
 
As reuniões com faixas etárias diferentes – jovens e adolescentes, também são necessárias e edificantes, desde que, haja separação de gêneros. As reuniões com jovens e adolescentes mulheres devem ser ministradas por irmãs, idôneas, coadjuvadas por obreiros em pontos estratégicos promovendo segurança ao local da reunião. Toaletes, cozinha e os outros ambientes internos devem ser assistidos pelas diaconisas e irmãs auxiliares e nunca por homens.
 
Do outro lado, as reuniões com jovens ou adolescentes homens devem ser ministradas por obreiros experientes, podendo participar, mulheres, profissionais de saúde, quando esta for convidada para este fim.
 
VI - QUEM DEVE SER O PREGADOR NA VIGÍLIA

Constantemente sou abordado por irmãos, amados meus, dizendo que foi convidado para pregar em uma vigília e qual o texto da Bíblia que eu indicaria para ele tomar como base para a pregação. Porque, no pensamento dele, na vigília o pregador tem que levar o auditório ao delírio inconsequente, levar os incautos ao pejorativo re-té-té, sem a menor preocupação de deixar o povo sentir calmamente a presença do Espírito Santo em suas vidas. Mas, quem procura alguém no sentido de aprender são os irmãos humildes, porque os profissionais não se contentam em ver a Igreja derramando lágrimas, não se contentam em motivar os irmãos ao quebrantamento de espírito.

Não! Seu objetivo é mostrar uma fingida aparência de quem tem muita espiritualidade, só que em geral estes não gostam da Bíblia, principalmente por causa da recomendação de Paulo em 1 Coríntios 14, especialmente os versículos 37 e 40: “Se alguém cuida ser espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.  Faça-se tudo decentemente e com ordem.”  Aos que manejam bem a Palavra da verdade (2 Timóteo 2:15), são considerados frios e sem unção. Ignora que o expoente que agrada a Deus precisa crescer na graça e no conhecimento (2 Pe 3:18; Jo 1.14; Mt 22:29). Entre uma "eisegese" e conjecturas exageradas leva seu público ao delírio, como embriagado e é capaz de fazer tudo o que ele mandar, menos proceder da forma que se deve em uma vigília que agrade a Deus.
VII - COOPERADORES NAS VIGÍLIAS
Feliz é o pastor que pode contar com equipes de obreiros e obreiras preparados para administrar esses eventos com os cuidados indicados na Bíblia Sagrada. Na falta destes, melhor seria não realizar vigília nenhuma e cada um orar em sua casa, na forma recomendada pelo Senhor Jesus em: Mateus 6:6-7: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos.”
De ninguém está tolhido o direito de ir à toalete ou na cozinha tomar água ou lanchar, sob supervisão dos obreiros e obreiras amigos dos irmãos, previamente preparados para este fim – que compreendam crianças como crianças, adolescentes como adolescentes, jovens como jovens e idosos, como idosos. Na vigília que agrada a Deus não deve haver aquela coação ditatorial adotadas por muitos líderes incomplacente que não respeitam a vontade alheia.
A vigília deve ter um dirigente, bom seria se fosse o pastor, mas, na falta deste, uma pessoa indicada por ele. A vigília pode ser realizada com um número, a partir de duas pessoas, podendo chegar às centenas ou milhares, desde que os crentes estejam em conformidade com os preceitos estatuídos em 1 Coríntios 12:14. Todos os participantes devem estar previamente orientados a se comportarem como que se estivessem na Casa de Deus e não em outro lugar. As pessoas escaladas para coadjuvar o dirigente devem permanecer atentas a qualquer desordem que possivelmente pode ocorrer mesmo onde estão os santos do Senhor.
VIII - MOMENTO PARA CONTRIBUIÇÃO
Na vigília que agrada a Deus deve haver um momento para que os irmãos possam contribuir com suas ofertas. Da adoração a Deus, as ofertas também fazem parte, desde que estas não sejam para pagar a nenhum profissional da fé, mas que sejam entregues em sua totalidade, diretamente ao tesoureiro da Igreja para manutenção dela. Da manutenção da Igreja, faz parte também a assistência aos necessitados. É muito normal haver na Igreja famílias que estão com receitas de medicamentos casa, mas, sem dinheiro para comprar, e outros com diversas necessidades que carecem ser assistidos. A vigília que agrada a Deus nem sempre agrada a todos, por isto mesmo é que eu a denomino de vigília que agrada a Deus. De nada adianta contentar a todos, desprezando a vontade soberana de Deus.
IX - A VIGÍLIA E A OPERAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
A vigília que agrada a Deus é um momento propício para os crentes buscarem o batismo no Espírito Santo, bem como os dons espirituais como nos diz a Palavra: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2 Co 3:18).
“Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.” (1 Co 12:31).
Quando lemos sobre o avivamento da Rua Azusa, entendemos que foi dali que nasceu a centelha que espalhou o Pentecostes por todas as regiões. A. C. Valdez, participante do movimento pentecostal em Los Angeles, testemunhou que “muitas vezes ondas de glória vinham sobre a sala de espera e o povo bradava em oração de gratidão ou louvores quando recebia o batismo no Espírito Santo”. Segundo Valdez, era comum o culto passar da meia-noite e entrar nas primeiras horas da manhã. Ali, segundo as testemunhas oculares, dúzias de bengalas, ataduras, muletas e cachimbos eram postos enfileirados juntos às paredes do galpão. Muitas pessoas falavam em línguas, às vezes um santo silêncio vinha sobre o lugar, seguido por um coro de oração em línguas desconhecidas pelos cristãos.
X - AS CONDIÇÕES
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado.” (1 Co 13:1-10).
XI - COM ORDEM E DECÊNCIA
São, portanto, maravilhosas as ministrações e dádivas do Espírito Santo, dispensadas aos filhos de Deus (2 Co 3:8). A ministração do Espírito Santo no crente, capacita-o e motiva-o a orar e inclusive a interceder por outros. Logo, só podemos orar de modo eficaz se formos assistidos e vivificados pelo Espírito Santo. A “oração no Espírito” de que trata Judas 20, refere-se a essa capacidade concedida pelo Espírito. Manifestações de poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar uma genuína vigília que agrada a Deus. Avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, mas dentro da decência e da ordem que a Palavra de Deus orienta (1Co 14:26-40).
XII - RESPONSABILIDADE DE CADA CRENTE QUANTO AOS DONS

Como bons mordomos de Deus é nosso dever cuidar com zelo de tudo quanto Ele confia à nossa administração e com os dons espirituais não é diferente, inclusive, a Palavra de Deus contém várias recomendações referente ao assunto. Paulo, por sua vez faz menção referindo aos que são de fora, que não fazem parte da congregação, para que não se escandalizem, mas, sejam edificados em nós através da manifestação do poder de Deus em nossas vidas (1 Co 14).

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus.” (2 Co 1:3-4).
Os dons espirituais são concessões do Espírito Santo, objetivando expandir, edificar, consolar e exortar a Igreja de Cristo, para que ela cumpra, eficaz e plenamente, a missão que Deus lhe confiou.
1. Conhecer os dons: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” (1Co 12:1).
2. Buscar os dons: “Procurai com zelo os melhores dons.” (1Co 12:31).
3. Zelar pelos dons: “Procurai com zelo os dons espirituais.” (1Co 14:1).
4. Ser abundante nos dons: “Procurai sobejar neles, para a edificação da igreja.” (1Co 14:12).
5. Ter autodisciplina nos dons: “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1Co 14:32).
6. Ter decência e ordem no exercício dos dons: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” (1Co 14:40).
7. Saber que o espírito do profeta está sujeito a ele: Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.

Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. (1 Coríntios 14:30-32).
XIII - A VIGÍLIA É UM CULTO NA FORMA DOS QUE FICARAM DA CIDADE
Na vigília que agrada a Deus, os crentes aprendem como orar, falar noutras línguas e profetizar. Quanto as manifestações do Espírito Santo na Igreja, é extremamente necessário que cada crente tenha pleno conhecimento da Bíblia Sagrada a fim de que o que Deus nos concedeu para que seja bênção, que seja assim mesmo, e nada além disto. Que nunca o que Ele nos concedeu para edificação venha servir de escândalo.
XIV - ORIENTAÇÃO PASTORAL
O pastor zeloso para com o rebanho do Senhor não deixa de destacar a importância dos dons espirituais na Igreja de Cristo, bem como o seu significado e propósito. Dom é um presente de Deus que não se recebe por merecimento, mas pela vontade soberana do Senhor. É imprescindível entender que os dons do Espírito são concedidos para a realização da obra do Senhor e não para a glória humana ou usufruto. Por isso, incentive seus alunos a buscarem, em oração, os dons espirituais. Muitos crentes dos tempos modernos não aceitam nenhum ensino sobre como cuidar dos dons espirituais. Muitos destes, se acham autossuficiente para reprender até mesmo o seu pastor quando aplica ensino sobre este assunto. Estes são os que normalmente transformam uma vigília, que era para ser bênção, em vigília que entristece o Espírito Santo Deus, e isto nunca deixou de ser coisa muito séria.  
XV - O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS
O precípuo propósito dos dons espirituais é fortalecer a Igreja para a evangelização, para as curas, os milagres, as línguas e a profecia e não se limitam aos apóstolos ou a umas poucas pessoas do primeiro século da era cristã. No princípio esses dons foram largamente distribuídos no seio da Igreja – exemplo:
1 - O dom de profecia encontrava-se na Igreja em Roma (Rm 12:6);
2 - Corinto (1Co 12:10);
3 - Éfeso (Ef 4:11);
4 - Tessalônica (1Ts 5:20);
5 - Antioquia (At 13:1).
O Novo Testamento também cita alguns indivíduos que não eram apóstolos, mas que eram chamados profetas ou exerciam dons de revelação:
1 - Ágabo (At 11:28; 21:10-11);
2 - Judas e Silas (At 15:32);
3 - As quatro filhas de Filipe, (amigo de Paulo) que profetizavam (At 21:9);
4 - Ananias (At 9:10-19).
Milagres Eram Operados:
1 - Em Corinto (1Co 12:20);
2 - Nas Igrejas da Galácia (Gl 3:5).
Havia dom de línguas:
1 - Em Jerusalém (At 2:1-13);
2 - Em Cesaréia, entre os convertidos gentios (At 10:44-48);
3 - Em Éfeso (At 19:1-7);
4 - Em Samaria (At 8:14-25);
5 - Em Corinto (1Co 12:14).
O propósito de fortalecer a Igreja é particularmente verdadeiro quanto ao dom da profecia. Paulo mantém que ‘o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando’ (1Co 14:3). E, novamente: ‘O que profetiza edifica a igreja’ (1Co 14:4). Visto ser a edificação o propósito primário dos dons espirituais, como poderia alguém concluir que foram retirados da Igreja? Se esses dons edificaram a Igreja no primeiro século, por que não a edificariam no século XXI? As próprias declarações da Bíblia forçam-nos a crer na sua continuidade.
XVI - O PERIGO DO FOGO ESTRANHO
No Livro de Levítico 6:8-14 a Bíblia nos informa sobre o fogo que foi aceso sobre o altar: “Disse mais o Senhor a Moisés: Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto ficará na lareira do altar toda a noite até pela manhã, e nela se manterá aceso o fogo do altar. O sacerdote vestirá a sua túnica de linho e os calções de linho sobre a pele nua, e levantará a cinza, quando o fogo houver consumido o holocausto sobre o altar, e a porá junto a este. Depois, despirá as suas vestes e porá outras; e levará a cinza para fora do arraial a um lugar limpo. O fogo, pois, sempre arderá sobre o altar; não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará. Esta é a lei da oferta de manjares: os filhos de Arão a oferecerão perante o Senhor, diante do altar. (Levítico 6:8-14).
No Antigo Testamento os sacerdotes eram responsáveis por manter o fogo aceso na Casa do Senhor, no Tabernáculo. Aquele fogo simbolizava a presença de Deus (Lv 9:24). Nosso Deus se manifesta com fogo (Êx 3:2-6; Ap 4:5). Na Nova Aliança todos somos sacerdotes (1Pe 2:9; Ap 1:6), e temos a responsabilidade de manter aceso o fogo do céu no altar da nossa vida.
XVII – O FOGO DEVE ARDER CONTINUAMENTE NO ALTAR
Foi essa a ordem de Deus para seu povo Israel:
1 - O fogo no altar de holocaustos: No altar de holocaustos a cinza deveria ser retirada cada dia (Lv 6:10). A cinza simboliza o resíduo de experiências passadas. Paulo disse que se esquecia das coisas que atrás ficaram, e prosseguia, (Fp 3:13:14). Se Deus nos abençoou, e abençoou o nosso trabalho para Ele, tiremos a cinza do nosso altar, e clamemos para que Deus faça coisas ainda maiores. Nova lenha deveria ser colocada no altar cada manhã (Lv 6:12). A lenha simboliza as tarefas que assumimos na obra de Deus de acordo a sua orientação, através das quais nós nos apresentamos a Deus como sacrifícios vivos. Ver 1Co 15:31; 2Co 4:10-11. Novos holocaustos deveriam ser oferecidos (Êx 29:38-39; Lv 9:22-24; Sl 118:27); comparar com Fp 2:17; 2Tm 4:6.

2 - O fogo no altar do incenso: No altar de incenso o fogo deveria ser mantido; novo incenso deveria ser colocado diariamente (Êx 30:7-8). A queima do incenso simboliza nossa vida de oração. As nossas orações devem subir continuamente diante de Deus como cheiro suave. Comparar Sl 141:2; Jd 20.
3 - A luz no candeeiro. No candeeiro a luz deveria arder continuamente através do abastecimento diário de novo azeite de oliveira (Êx 27:20-21). Jesus, nosso sumo sacerdote, anda no meio dos castiçais (Ap 1:13). Ele renova nossas forças espirituais (Is 40:31). Comparar Mt 5:16.
XVIII - COMO MANTER ACESO O FOGO DO ESPÍRITO EM NÓS?
Evitando tudo o que diminui e por fim apaga esse santo Fogo.
1 - A desobediência faz com que o fogo se apague: O Espírito Santo retirou-se de Saul quando este O desobedeceu (1Sm 16:14).
2 - O pecado faz com que o fogo se apague. Sansão pecou, o Senhor retirou-se dele, e ele foi derrotado de modo humilhante (Jz 16:19-20).
3 - Tomar para si a honra que só pertence a Deus (Gl 5:25-26). O Espírito Santo glorifica tão somente a Jesus (Jo 16:14).
É preciso renunciar a tudo o que extingue o fogo.
Antes de o fogo cair no monte Carmelo, Elias reparou o altar do Senhor que estava quebrado (1Rs 18:30). Antes de Isaías experimentar a renovação no seu ministério profético, ele precisou ter seus lábios tocados por uma brasa do altar (Is 6:5-8).

XIX - A PRESENÇA DO ESPÍRITO É FONTE DE VIDA
O crente possui liberdade espiritual porque não mais pertence ao Diabo e agora o pecado não tem mais domínio sobre ele. (Romanos 6:1-15). Somos livres para servir a Deus e oferecer-lhe “sacrifícios espirituais”, que são um coração sincero e contrito, e um andar em santidade e obediência. A desobediência e a vida impura tiram a liberdade do Espírito. Esta liberdade só pode ser conservada se a chama do nosso altar estiver acesa, ou seja, mediante a presença do Espírito Santo em nós. E para isso, é necessário meditação diária na Bíblia e oração em todo tempo. Quando damos liberdade para o Espírito atuar em nossa vida, começamos a viver sob sua influência e não há mais espaço para o velho homem e seu comportamento. O crente deve tomar extremo cuidado para não entristecer o Espírito Santo, porque isso poderá levá-lo a resisti-lo, depois a extingui-lo e por fim a blasfemá-lo.
XX - QUANDO HÁ PRESENÇA DE FOGO ESTRANHO
Nadabe e Abiú morrem diante do Senhor
Levítico 10:1-3
E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e puseram incenso sobre ele, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se.
XXI - AS CONCEQUÊNCIAS DO FOGO ESTRANHO
O livro de Levítico enfatiza a santidade de Deus. Ele é santo e exige santidade do seu povo e de todos aqueles que são chamados para o seu serviço. Sem santidade ninguém pode se aproximar dele, atrair sua presença ou ver a sua face. Contudo, Nadabe e Abiú não atentaram para isso e ofertaram a Deus um incenso não puro. Eles também não observaram a recomendação divina de que o incenso no altar deveria ser oferecido pelo sumo sacerdote. A resposta do Senhor foi imediata. A recompensa pelo pecado foi a morte física. A atitude de Nadabe e Abiú demostrava rebelião contra Deus e tal pecado é comparado ao de feitiçaria. Como sacerdotes, Nadabe e Abiú, tinham a responsabilidade de ensinar o povo, de conduzi-los na verdade, por isso receberam tal condenação. Eles deveriam ser exemplo para os israelitas e a punição que receberam teria de estar à altura. A morte de Nadabe e Abiú abalou profundamente a casa de Arão. Apesar de haver perdido, num único dia, dois de seus filhos, ele foi proibido pelo Senhor de observar qualquer luto pelos mortos.
1 - A morte de Nadabe e Abiú
Ao se apresentarem com fogo estranho diante do Senhor, os filhos de Arão, que também eram ministros do altar, foram consumidos no lugar santo (Lv 10:2). Pelo que observamos do texto sagrado, Deus os matou pelo fato de eles não terem levado em conta a santidade divina (Lv 10:3). A obrigação deles era glorificar o nome do Senhor, mas preferiram buscar a própria glória. Diante do fato, o sumo sacerdote de Israel calou-se. Não poderia haver momento mais trágico para a sua família.

2 - A remoção dos cadáveres.
Moisés, então, ordena a dois primos de Arão, Misael e Elzafã, a removerem os cadáveres da Casa de Deus (Lv 10:4). No episódio de Ananias e Safira, os corpos de ambos foram levados para fora por alguns jovens da igreja recém-inaugurada pelo Espírito Santo (At 5:1-11).
3 - O luto é proibido.
Apesar da tragédia que se abateu sobre a sua família, Arão é proibido pelo Senhor de guardar luto ou demonstrar tristeza (Lv 10:6-7). Ele e seus filhos deveriam suportar, com santa discrição, aquela hora tão difícil. Afinal, era seu dever zelar pela santidade e glória do nome do Senhor dos Exércitos. Certos tipos de “luto” servem apenas para enfraquecer o povo de Deus e levá-lo à dispersão (2Sm 19:1-7). Às vezes, temos de suportar o insuportável, a fim de preservar a Igreja de Cristo. Ela está acima de nossa dor.
CONCLUSÃO
Tudo que passar disto pode ser considerado de: a vigília que não agrada a Deus. Quando o convite é extensivo a todos os crentes ou não, a vigília se torna inviável, porque muitos comparecem simplesmente para passar a noite, perturbando a oração, os obreiros e principalmente as jovens. Ainda mais, atualmente, em que surgem movimentos, os mais estranhos. Refiro-me às unções esquisitas e antibíblicas que, praticadas na Igreja, pode provocar confusão nos irmãos.
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Pr. Jorge Albertacci
Assembleia de Deus do Retiro
Volta Redonda
Rio de Janeiro
E-mail: prjorgealbertacci@yahoo.com.br
BIBLIOGRAFIA
DEERE, J. Surpreendido pelo poder do Espírito. RJ: CPAD, 1995, p.135.
CPAD – Lições Bíblicas – EBD. Av. Vicente de Carvalho, 1083 – RJ.
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